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[ESPECIAL HOMEM-ARANHA / HQ] Homem-Aranha: Azul

Luan Alencar

Faltam exatamente duas semaninhas para a volta triunfal do cabeça de teia às telonas! E, enquanto a gente não mata a saudade de se balançar entres os prédios de Nova Iorque no cinema, o Nerdverso começa seu especial do herói que vem pra sugerir dicas e comentar a respeito do universo do MELHOR HERÓI DE TODOS OS TEMPOS PONTO.



Pra começar bonito, escolhi falar de uma das minhas histórias favoritas do amigo da vizinhança, e se brincar, um dos meus quadrinhos favoritos. E eu tenho vários motivos para sustentar essa afirmação. A história em questão é Homem-Aranha: Azul, de Jeph Loeb e Tim Sale, e porque ela tem tanta importância assim pra este que vos fala? Pula pro próximo parágrafo que eu respondo.

Já está aqui? Rapidinho você, hein? Beleza, vamos aos pontos. Primeiramente, Azul é excepcional por ser uma revista de fácil entendimento para qualquer pessoa que tenha o MÍNIMO de conhecimento no mundo quadrinístico. Isso porque ela se passa logo depois de uma das histórias mais clássicas do Aranha (outro ponto positivo), a famigerada morte de Gwen Stacy, e também pela simplicidade de seu mote principal. 

A simplicidade da história reside no fato de que ela gira em torno de um monólogo que vai sendo gravado por Peter, destinado a Gwen Stacy. O triste porém, é que ela não está mais lá para receber a mensagem. Após algum tempo da morte de seu primeiro grande amor, ele resolve desabafar tudo aquilo que estava preso na sua cabeça, como se tivesse a oportunidade de ter uma última conversa com ela.  E durante isso esclarece uma porção de coisas que aconteceram no período em que eles se conheceram e quase acabaram não namorando, graças à chegada de Mary Jane na história, mostrando toda a humanidade do personagem. É comovente demais ver um cara que a gente tanto gosta numa fase tão delicada e tão madura, que poderia acontecer com qualquer um de nós. 

Ou seja, por mais que um leigo no assunto não se importe tanto com super-heróis e afins, provavelmente irá compartilhar esse sentimento de perda, e logo passará a se interessar na história, o que consequentemente fará com que absorva o melhor do Homem-Aranha. Isso porque durante o desabafo, Parker vai mostrando como tinha que conciliar suas tentativas de namorar com Gwen com os embates com vilões como Rino, Lagarto e Abutre. E as cenas de ação mostram toda a essência do herói. Recheado de piadas, divertido e todas as qualidades necessárias.

Tudo que tornou o Homem-Aranha no herói mais querido de todos, está extremamente bem trabalhado em Azul. Sua amável relação com a Tia May; o bom humor durante as lutas e fora delas; o aperto financeiro; a dureza que é trabalhar para J.J. Jameson; a dificuldade em conciliar suas responsabilidades como super-herói e ter uma vida amorosa normal; sua relação com amigos como Harry e Flash; a dúvida entre a sedutora e atraente Mary Jane e seu verdadeiro amor, Gwen... 

É muito bom quando uma obra se mostra excepcional no que se propõe e ainda consegue mexer com o lado subjetivo do leitor. Falando agora não como um "crítico chato que indica algo pra você consumir ou não", e sim como Luan, nerd fanboy de Homem-Aranha desde sempre, essa revista me emocionou para baralhos, por dois motivos. 

O primeiro deles foi que quando terminei de ler as seis edições, recebi um tapa na cara que serviu pra me acordar pro fato de que: "Ei, existem pessoas ao seu redor que estão ali, esperando pra serem amadas por você, não espere vê-las morrerem pra depois ficar choramingando por aí". Beleza, é um papinho ultra clichê, mas a maneira como a revista nos faz chegarmos a essa conclusão ao seu fim (e aí acredito que ela fará isso com todos os leitores), é tão natural e real, que em nenhum momento parece um livro de autoajuda e sim um conselho de amigo. 



Já o segundo foi extremamente pessoal, mas que veio num momento tão bacana que acho válido compartilhar com vocês. Quando vi o curioso título da revista que provavelmente também chamou vossa atenção, associei ao tema da história. Azul sempre foi associado com tristeza, melancolia, o que explica, por exemplo, o Blues ser um ritmo tão tristonho. Deduzi sem precisar ler nenhuma página do quadrinho, porque há muito tempo um tio me ensinou isso, e ficou como aquelas "culturas inúteis" que sempre guardei. Esse cara era praticamente um Tio Ben, que apresentou a mim e a meus primos, coisas como CD's de Pink Floyd e Led Zeppelin, além de viver cheio de filosofias e conhecimentos fodas que sempre compartilhava com a gente. E esse cara, tal qual Ben Parker, faleceu há alguns anos. E a explicação para o nome Azul da revista, vem lá no final, quando Peter fala:
"Acho que, quando tento entender... entender como me sinto às vezes nesta época do ano, eu me sinto triste. Como a cor azul. Não que eu não goste de azul, mas... é uma cor triste. Como o Jazz... Como o Blues..."
E cara, essa explicação foi tão parecida com a que o meu "Tio Ben" deu quando eu era pivete, que não deu pra segurar uma lágrima escorrendo no fim da leitura. 

Recomendação máxima.

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Author: admin
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