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Crítica e Filme - Teste de Elenco

Primeiro longa brasileiro direto pra internet funcionaria melhor como um curta.



Filmes que se passam inteiramente em uma mesma locação e se sustentam na base do diálogo, geralmente são vistos com maus olhos. O grande público só se satisfaz com correrias, explosões, grandes fugas ou beijos fervorosos na frente de um cenário bonitinho. Porém, diretores que estão em começo de carreira e não tem condições de trabalhar em um blockbuster, optam por essa estética, e nada impede que o resultado seja espetacular. 

Recentemente tivemos o exemplo de Apenas o Fim, filme de Matheus Souza que se passa inteiramente na PUC e tem nos diálogos recheados de cultura pop sua sustentação. O mais novo exemplar de tal estética é Teste de Elenco, uma produção do site Anões em Chamas, que conta com alguns nomes de humoristas e atores que passeiam pelas produções internéticas.


A premissa é bastante simples: Fábio é um diretor de cinema que está em busca de uma atriz para seu próximo filme e promove um teste de elenco. Já nas primeiras cenas notamos qual será o ritmo da produção. Fábio está entediado, não era pra ele estar ali; Letícia (a atriz que faz o teste) quer provar seu potencial, sem necessariamente ter as artimanhas necessárias. 

O que temos são diálogos arrastados demais para suportar o filme inteiro. E talvez sabendo das limitações do roteiro, os diretores Ian SBF e Osiris Larkin resolveram investir na estética. Procurando um modo de dar mais dinâmica, vários atores se revezam nos dois papéis. Nove atores interpretam Fábio (Fábio Porchat é o que se destaca) e onze fazem o papel de Letícia (Talita Werneck se destaca aqui). A dinâmica é até interessante inicialmente mas acaba ficando desgastada nos vinte primeiros minutos. E o maior problema é que você não consegue se apegar a ninguém, porque quando você está aproveitando o potencial de um ator, um jogo de câmera o faz sair de tela e entrar outro.   

Se você acompanha o site e assiste às outras produções da Fondo Filmes, já notou que às vezes eles costumam trabalhar em algo mais cabeçudo. Parece que a intenção não é necessariamente te fazer rir - mesmo tendo 20 atores cômicos em cena - e investem em cenas que soam às vezes pretensiosas demais. E o próprio filme mostra o quanto isso é falho, quando, na sua melhor cena, Fábio Porchat (só ele, isso já conta pontos) faz um pequeno monólogo sobre a ida a casa de um provável patrocinador. Na cena, o roteiro se entrega a um humor mais leve, despretensioso e, mais importante, dando espaço pra o ator. E o oposto pode ser visto logo depois, quando em uma tentativa de impor uma estética dinâmica demais, o filme te mostra três piadas, intercaladas, na mesma cena. Acaba sendo mais exaustivo que engraçado.

Exaustivo: infelizmente é essa a palavra que melhor defina Teste de Elenco. Tinha potencial pra algo muito maior e mais divertido. Fábio Porchat e Tatá Weneck estão excelentes naquilo que precisam fazer. Porém, uma hora parece muito pra o roteiro que eles tinham em mãos. Mas, não viremos a cara para as produções brasileiras, não é um mau começo. Basta aprender com os erros e continuar investindo nesse que pode ser o futuro do cinema, quem sabe?

E, olha que sensacional, se você ficou curioso pra conferir, é só dar play aí embaixo e depois fala o que achou nos comentários (daqui ou da página oficial):

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Author: admin
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