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Crítica - Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro

Agora o bicho vai pegar.


Dessa vez, sem chegar antes aos camelôs, Tropa de Elite 2 chega exclusivamente aos cinemas, graças ao forte esquema de segurança montado pela equipe de produção. E parabéns pelo trabalho, porque Capitão Nascimento é pra ser visto na telona, e não na sua de 14''.

Enfiar o dedo na ferida. É isso que José Padilha faz brilhantemente em Tropa de Elite 2. Dessa vez, muito mais preocupado em denunciar a corrupção na nossa política do que mostrar a dura realidade do tráfico de drogas nas favelas, o filme nos apresenta o agora Coronel Nascimento no comando de uma missão mais perigosa do que aparenta: uma revolta em Bangu I. Porém, a missão termina com o assassinato de alguns presidiários, já que a filosofia do BOPE é matar o bandido e salvar o refém, mas a atitude revolta Fraga, um ativista dos Direitos Humanos, que se expõe na imprensa e conta o que aconteceu dentro do presídio. Por se tratar de ano de eleições, o governador o apóia e tira Nascimento do seu cargo, para subir nas pesquisas.

Notando que alguma coisa está errada, nosso protagonista se torna Secretário de Segurança do Rio de Janeiro para, segundo ele, desestruturar o sistema. Ampliando o poder do Batalhão de Operações Especiais, Nascimento consegue desestabilizar o tráfico de drogas. Mas aí é que o subtítulo do filme entra em voga, por que descobrimos que o inimigo agora é outro.

Sem tráfico, surgem as milícias, apoiadas pelos políticos corruptos, já que recebem mais dinheiro do que recebiam com o tráfico, além de se tornarem mais populares, por que as "drogas agora não são mais um problema". Então, a luta contra todo esse forte esquema de corrupção é a trama central do filme que conta ainda com o drama do relacionamento de Nascimento com o seu filho, afinal de contas, como fazer um filho lidar com o fato de que o pai "ganha a vida matando pessoas"?

A direção de José Padilha é excelente. As sequências de tiroteios são impressionantes, não devendo absolutamente nada aos melhores longas hollywoodianos, os momentos de tensão são conduzidos perfeitamente bem e o roteiro de Bráulio Mantovani explora o melhor dos atores, com diálogos densos e discurssões pesadas (as cenas de explosão emocional de Wagner Moura são de cair o queixo).

Além de Wagner Moura, o filme conta com Iradhir Santos, vivendo o ativista Fraga, sendo o contraponto perfeito para o personagem principal; Seu Jorge, como líder da rebelião em Bangu I e André Ramiro, repetindo a ótima atuação do primeiro filme como Capitão Matias.    


A frase que abre o filme representa bem o significado de Tropa de Elite 2: "Apesar de possíveis coincidências com a realidade, esse filme é uma obra de ficção.". A corrupção existe, e mata inocentes todos os dias. Essa é a realidade do nosso país, e essa é a questão que os espectadores discutem ao sair da sala do cinema.

Nota: 10

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Author: admin
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