Crítica - Assassin's Creed: Brotherhood
Ezio está de volta na maior franquia da Ubisoft.
Quando uma fórmula faz sucesso, ela é explorada ao máximo. Foi assim com Prince of Persia, que teve seu brilho recuperado no PlayStation 2 mas acabou se exaurindo na nova geração e rendendo dois jogos bem medianos. E aí que, em 2007, surge a estrada de tijolos amarelos da Ubisoft, Assassin's Creed, que te levava à Idade Média na pele de Altair, um assassino que com suas habilidades em le-parkour explorava a Terra Santa de maneira embasbacante.
Após dois anos, surge Assassin's Creed II, agora controlamos Ezio Auditore da Florença em plena Itália Renascentista. O jogo muito mais trabalhado se tornava a mais nova franquia milionária da empresa francesa. E, como não poderia deixar de ser, um ano depois chegam as lojas a continuação (que pode tranquilamente ser chamada de expansão, tanto que não carrega o III em seu título) Assassin's Creed: Brotherhood.
De cara, Brotherhood e seu anterior parecem o mesmo jogo. Graficamente, nenhum avanço. O cenário, agora apenas Roma, está tão detalhado quanto a Veneza de Assassin's Creed II, por exemplo (o que não é pouca coisa). Mas as poucas mudanças enriqueceram a experiência ao máximo.
Na história, Ezio descobre que caso os Cavaleiros Templários se apossarem das Peças do Éden, a humanidade corre perigo. E quando tenta seguir a vida em sua vila, é atacado pelos poderosos Borgia e então vai para Roma em busca de vingança.
Mas não se ganha sozinho uma batalha contra uma família que controla uma cidade inteira. E aí entra a melhor adição do game: o sistema de recrutamento de assassinos. Habitantes oprimidos pelo governo dos Borgia podem ser salvos por você e recrutados para treinarem e ingressarem na Guilda dos Assassinos. O sistema funciona como um RPG, onde você seleciona as missões designadas para cada aprendiz, nelas eles ganharão pontos de experiência para subir de nível, além de melhorias em suas armaduras e armas. Além disso, você pode treiná-los chamando-os para o combate propriamente dito: mire em soldados inimigos, aperte LB/L1 e veja Ezio elegantemente chamar seus discípulos que surgem de lugares inesperados surpreendendo seus alvos.
O poder dos Borgia pode ser notado pelas suas torres em volta de todo o mapa. Elas reprimem os habitantes e retarda o desenvolvimento da cidade. Enquanto elas estiverem de pé, edifícios estarão caindo aos pedaços e lojas estarão fechadas. Cabe a você atacar os capitães das torres, incendiá-las e dominá-las. Então você pode investir dinheiro nas repartições outrora falidas e ver sua influência começar a prosperar, ganhando descontos nas compras. Mais lojas, repartições e pontos de referência recuperados, mais dinheiro no banco e mais acessórios você poderá comprar.
O ponto mais fraco do jogo continua sendo as desnecessárias sequências fora do Animus - aparelho utilizado por Desmond Miles, descendente da mesma linhagem de Ezio, controlado por você em um futuro próximo - que além de tirar completamente da imersão naquele mundo renascentista, ainda força situações completamente absurdas que em nada influenciam para a trama.
O roteiro está bem mais claro que o anterior e a adição de personagens é bem mais trabalhada, sem aquele exagero de aliados que surgiam sem muitas explicações e permaneciam na história. Agora você se preocupa muito mais com Machiavel, Da Vinci, Mário ou a mãe de Ezio, por exemplo.
O jogo que tinha toda a cara de caça-níquel por não inovar muito e chegar pouquíssimo tempo após seu antecessor, acaba se mostrando um dos melhores jogos de 2010, sem sombra de dúvidas.
Nota: 9.5