Crítica - Marvel vs Capcom 3: Fate of Two Worlds

Canse os dedos no game de luta mais frenético dos últimos tempos.

Se você teve um Super Nintendo ou já frequentou algum fliperama na vida, provavelmente já ouviu falar em Marvel vs. Capcom. Mas se você acha que crossovers em games de luta se resume a títulos no nível de Mortal Kombat Vs. DC Universe, deveria se envergonhar e conhecer um verdadeiro encontro de dois mundos.

Depois do lançamento do segundo jogo da série - um dos jogos mais baixados na PSN e XBOX Live - os fãs clamavam por uma terceira parte na nova geração. Parecia que o dia nunca chegaria, mas eis que dez anos depois, Fate of Two Worlds é lançado. A pergunta é: Valeu a espera?

Pra responder essa questão, vejamos em que perfil você se encaixa. Caso seu jogo de luta preferido seja Super Street Fighter IV, por exemplo, talvez eu traga uma má notícia. As chances são grandes de você não ir muito com a cara desse jogo. Isso porque a cadência e todas as estratégias necessárias para uma boa luta em Super Street Fighter IV ficam de lado em MvsC3, dando espaço para uma bagunça frenética, colorida e lisérgica, guiada por um esmagar de botões.

Eu, pessoalmente, me diverti mais em uma tarde jogando MvsC3 com meus amigos do que em todos os meses que eu tenho Super Street Fighter IV. Isso porque quando eu me sento pra competir com alguém em um jogo desse tipo, não me importo com minhas técnicas ou se vou humilhar meu oponente. O que eu quero é rir e me divertir o máximo possível. E essa proposta, Marvel vs. Capcom 3 cumpre perfeitamente. Assim como cumpria no meu saudoso Super Nintendo.

Nada em MvsC3 é muito complexo. A fórmula continua a mesma: escolha três personagens e lute. As alavancas traseiras se encarregam dos especiais - dependendo de quanto sua barra estiver cheia, é possível soltar combos com mais de um personagem, o que causa mais prejuízo ao seu adversário - e de resto, dê uma passada rápida pelo Combo List ou apenas esmague os botões para ver seu herói em um dos embates mais frenéticos dos videogames.

Visualmente o jogo está como deveria ser. Cores fortes, personagens 3D em perspectiva 2D e uma boa variação nos cenários. O design de alguns personagens deixa um pouco a desejar, mas você nem vai reparar nisso enquanto estiver a beira de quebrar seu controle. 

Mas o Fate of Two Worlds não é perfeito e peca principalmente em duas coisas. A primeira delas está diretamente relacionada com a forma como você ira jogar. Se você gosta da jogatina online, ótimo - mas o mais divertido mesmo é jogar com seu amigo do lado, nada como o calor humano nessas horas -, porém, se você vai se focar no modo Arcade, irá se decepcionar. A campanha do jogo dura menos de uma hora e logo cansa. MvsC3 é um jogo feito para o modo Versus. 

O segundo problema é o equilíbrio. Alguns personagens são exageradamente mais fortes que os outros. Algo que, em Super Street Fighter IV, por exemplo, era bem mais nivelado. O Hulk é um prato cheio pra aquele jogador sacana que te prende no canto da tela e te mata em alguns segundos.

Eu chamaria Marvel vs. Capcom: Fate of Two Worlds de: o jogo de luta mais divertido da nova geração, sem sombra de dúvidas. Desde o primeiro Marvel vs. Capcom eu não me divertia assim em um jogo do gênero. Resta saber se ele vai conseguir manter o lugar no podium até o lançamento de Mortal Kombat.