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Devaneios - Quando uma música pode ser chamada de ruim

"Foge.. Foge Mulher-Maravilha..."



O país tá em festa, ninguém quer saber de estudar ou trabalhar, o foco da população tá voltado para os trios elétricos, escolas de samba e afins. Mas, se você é como eu, que não tem essa cultura carnavalesca e, no máximo, viaja pra algum lugar distante de qualquer tipo de samba, deve parar pra analisar o que as pessoas costumam ouvir nessa época do ano.

Não tô aqui pra dar uma de Rachel Sheherazade (a repórter mais foda do mundo, por sinal) e julgar os valores éticos ou econômicos que o carnaval subverte ou não. Minha análise é mais simples e não deve gerar tanta polêmica (ou deve, vai saber). Mas é que esses dias eu parei pra ouvir algumas músicas que ganharam status de hit nesse ano. Não vou dizer que fiquei surpreso em como as pessoas curtem ouvir isso, porque enfim, eu moro no Brasil, né. Não é só no carnaval que se ouve música ruim.

Mas no carnaval, a música ruim tem mais destaque. É tocada pra multidões em todo o país. Aparece na televisão. Em sites. As pessoas curtem no Facebook. Retwittam no Twitter. ENFIM. Talvez esse ano, o primeiro hit a explodir foi o famigerado "Vou não, quero não, posso não, minha mulher não deixa não." Sério, esse é o nome da música?


O Gabriel me mandou esse vídeo há algum tempo, como não podia deixar de ser, a gente riu, zoou os caras e tudo mais. Só que aí foram aparecendo novas versões e eu fui lendo os comentários das pessoas nas redes sociais da vida. A galera super empolgada ditando que esse seria o maior sucesso no carnaval de 2011. Pois é, milhares de visualizações depois, o autor da música foi parar na Globo, todo mundo conhecia e todos os lugares do país tocavam essa música infernal.

Mais recentemente, surge uma que realmente me deixou indignado (Pra que mexer com a cultura de quem não tem nada a ver com vocês?). Estou falando da sensacional Foge Mulher-Maravilha. "Liga da Justiça toda dominada, agora só tem um saída! / Foge! Foge Mulher Maravilha. Foge! Foge! Com Super-Man.". Ok, pode parar um minuto pra se recompor e aí você continua.


Mas o pior ainda está por vir. Olha pra frente, pra frente, cintura, cabeça... TCHUBIRABIRON. (Afaste-se dessa faca. Não vale a pena. Ainda.) Pois é, os gênios do Parangolé, não satisfeitos em quase ter acabado com a nação brasileira lançando o Rebolation, me vem com uma música que consiste basicamente numa versão tosca e axelizada do "Cabeça, Ombro, Joelho e Pé" da Xuxa.  


Agora vamos lá, raciocinem comigo: Se alguém fala mal dessas músicas, o cara que gosta de ouvir, tem direito de ficar ofendido? Na minha opinião, não. Na minha concepção, música boa é aquela com uma letra bem elaborada, rimas ricas e bem distribuídas e, principalmente, uma melodia gostosa de ouvir. 

Acontece que esses Parangolés da vida, lançam músicas com letras ridículas - o compositor disso não deve ter passado mais de quinze minutos pra concluir essas obras-primas - e um ritmo igual a todas as outras. Mas isso não vai parar. Nunca. A resposta é simples: faz sucesso. Talvez porque enquanto estão todos bêbados, se agarrando, pulando e fazendo xixi nas calçadas, o ritmo que as pessoas querem ouvir é esse. Afinal de contas, quando seu cérebro está tão atarefado e ainda afetado pelo álcool, não dá pra ser muito seletivo musicalmente falando. E aí acaba pegando. Sai dos trios elétricos para os sons dos carros, programas de TV e, logo, até quem não tem culpa nenhuma (leia-se: não pulou carnaval) é obrigado a ouvir.

Portanto, se você gosta desse tipo de música, beleza. É seu gosto, quem está deixando de ouvir coisa boa é você, não eu. Mas só não reclame se alguém duvidar da qualidade do som que você admira. 99.9% das chances dessa pessoa ter razão.

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Author: admin
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