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Devaneios - Fanatismo

"Ainda não vi Harry Potter." ALENCAR, Luan.


Veja bem, essa é uma afirmação até difícil de ser dada a essa altura do campeonato. Eu já deveria ter visto e fiz minha parte para tal. Na estreia mundial eu e meu companheiro de furadas Gabriel acordamos cedo, pegamos ônibus, chegamos na gigantesca fila do cinema - que já se formava desde a madrugada passada e aguardamos até a abertura das portas do shopping.

Porém, gente muito, mas muito mais fã que eu, já estava lá há bastante tempo e meu lugar na fila acabou não sendo suficiente pra conseguir ingresso. Ok, aceitei meu destino e voltei pra casa até conformado. Não fui o único. Mas aquele dia serviu para me dar uma prova concreta do fanatismo e de como ele afeta o mundo.

Todas essas pessoas passando por uma porta? CLARO!
O único shopping (e único cinema) da minha cidade está passando por reformas e havia apenas uma porta para ser aberta naquele dia. O tumulto foi tamanho que duas vidraças foram quebradas no momento em que elas seriam abertas e uma galera se feriu. Uma menina foi pisoteada na correria. Tinha rastro de sangue da porta até a bilheteria. Foi até caso de jornal, se você abriu o G1 naquele dia deve ter visto.

O que deu pra perceber depois do incidente foi uma certa comoção negativa de conterrâneos em volta do caso. Deboches pra cima dos fãs não foram poucos. Mas vamos analisar os fatos. O fã tem ou não direito de acampar na porta do estabelecimento pra ver o filme quando quer? Em qualquer festival de música acontece o mesmo. Não faço isso por Harry Potter, não sou fã a esse ponto, mas se AC/DC fosse tocar em um lugar que eu pudesse ir, por exemplo, não tenha dúvidas de que levaria meu travesseiro, meu Toddyinho e minha revistinha da Turma da Mônica pra passar a semana no local, se necessário (Mentira... eu não levaria o travesseiro. Sou é muito homem.).

'Água? Peguei vocês, migs."
Fãs da Apple também fazem o mesmo quando o senhor Jobs lança o iPhone 2045. Donas de casa fazem o mesmo na inauguração das Casas Bahia. Onanistas fazem o mesmo na frente das bancas quando está prestes a sair a PlayBoy da Cléo Pires... ENFIM. Fanatismo não surgiu com Harry Potter, nem com Crepúsculo, nem com Star Wars ou Senhor dos Anéis. É algo que SEMPRE existiu. O tal do Jesus Cristo tinha uma porrada de fãs, ou não tinha? Aposto que quando ele anunciava um dos seus shows de mágica, uma galera ia logo cedo pra guardar seu lugar no espetáculo.


Mas parece que quando se trata de séries adolescentes, o mundo olha com outros olhos. Ok, atitudes como essa justificam esse tratamento diferente. Mas, contudo, entretanto, você provavelmente tem o que idolatrar. Se não tem mais idade pra essas coisas, no passado já deve ter tido pelo menos alguns pôsters do Menudos que eu sei. 

Quando o que está sendo idolatrado tem o seu valor, o fanatismo faz até bem. Harry Potter por exemplo fez uma geração inteira de moleques de seus oito anos ter prazer ao abrir um livro e dispender horas lendo 700 páginas. Coisa que propaganda nenhuma do "Alô Brasil, Aqui Tem Educação" conseguirá. Essa comoção toda pelo fim da saga é completamente natural. É claro que os hormônios à flor da pele intensificam suas reações e podem causar certos tumultos. Sim, você como cidadão tem o direito de achar ruim que essa multidão tenha danificado o que quer que seja. Mas é consequência de uma série de fatores, não apenas da irresponsabilidade de um bando de fãs descerebrados. 

HARRY POTTEEEEER!!
Sim, o fanatismo em muitas ocasiões pode ser burro. E na estreia de Harry Potter provavelmente teve vários desses casos nos mais diversos lugares do mundo. Gente que não respeita o próximo em prol de todo o seu amor pela saga não merece mesmo o respeito de ninguém. Mas o que não se pode é colocar todas as pessoas que gostam da série no mesmo pacote.

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Author: admin
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