Facebook Twitter RSS
banner

[VERSUS] Pulp Fiction x Bastardos Inglórios

Luan Alencar

Tá aí um post que nem eu mesmo sei como vai acabar.



Quem acessa o Nerdverso há algum tempo, já deve tá cansado de saber da minha babação de ovo pelo nosso querido Quentin Tarantino. Diretor preferido de praticamente toda a equipe aqui do site, o Tarântula tem sua marca registrada e uma porrada de longas considerados marcos na cultura pop. 

[Aproveitando o assunto, que tal ouvir o NerdversoCast #6 em que fizemos um Especial com todos os filmes do cara?]

Ao fim do seu último trabalho, Bastardos Inglórios, o glorioso Aldo Rayne quando termina de desenhar a suástica com uma faca na testinha do Hans Landa, solta um "Sabe de uma coisa, Utivich? Eu acho que essa é minha obra-prima", em uma brincadeira meio metalinguística genial do Tarântula, ensinuando que ele mesmo estivesse dizendo isso para o filme em questão.

Mas aí entra a discussão, meus caros. Não seria Pulp Fiction, o filme que transformou Tarantino no que é hoje, seu maior feito? Bom, pra um fã de carteirinha como eu é deveras complicado eleger quem é melhor nessa disputa. Então vamos atribuir algumas das características mais marcantes dos filmes tarantinescos como critérios de avaliação.


  1. Diálogos Marcantes
  2. Violência Exagerada
  3. Trilha Sonora
  4. Estética
Lembrando que aqui no VERSUS, caso haja empate, um quinto critério será criado para decidir a bagaça.

1) Diálogos Marcantes

Vamos começar por Bastardos nesse critério, certo? Assim que penso no filme, me vem logo à cabeça o diálogo que ficou muito famoso por estar nos trailers, onde Aldo Rayne faz seu discurso para recrutar oito soldados judeus-americanos.  A cena gigante e quase um monólogo do Sr. Brad Durden Pitt é de cair o queixo. A cara de "voufoderessesnazistasnojentos" enquanto diz que cada homem ao seu comando deve a ele cem escalpos de nazistas é sensacional. 

Ainda na linha do Aldo Rayne temos a hilariante cena dos Bastardos mandando seus impecáveis italianos (Bon Jorno *mãozinha de italiano*). Sem falar nas cenas sob comando do fodaralhaço Christoph Waltz interpretando o memorável Hans Landa, que mereceriam um post só pra elas, né? Mas a gente pode destacar o diálogo da primeira cena com o Monsieur LaPadite que é de fazer querer levantar no cinema e bater palmas.

Porém, contudo, todavia, entretanto, do outro lado do ringue está o outro clássico Pulp Fiction. E aí, meu amigo, o negócio é o seguinte: Ezekiel 25:17 proferido por Samuel Mighty L. Jackson; Zed is Dead, Baby dito por Bruce Duro de Matar Willis enquanto dá partida no "helicóptero"; conversas sobre o Royale With Cheese com Jules e Vincent; teoria do Silêncio Constrangedor entre Mia e Vincent... entre outras frases eternizadas no cinema. 



Bastardos Inglórios tem lá seus diálogos maneiros, mas nada comparado às pérolas de Pulp Fiction. Ainda lembro de Yago chegando no colégio proferindo o Ezekiel 25:17 no dia seguinte ao que eu emprestei meu DVD de Pulp Fiction a ele. Lembro também da minha realização quando comi um Quarteirão Com Queijo no Mc Donald's pela primeira vez depois de ver o filme. E até hoje tenho vontade de aprender a dirigir uma moto só pra colocar a patroa na garupa enquanto digo que aquilo não é uma moto, e sim um helicóptero, baby.

Portanto, ponto para Pulp Fiction.    
[Pulp Fiction 1 x 0 Bastardos Inglórios]


2)  Violência Exagerada

Carro sem estrada, queijo sem goiabada, Tarantino sem espada (toda melada de sangue)... Sou eu, assim sem você, não é mesmo? Uma das características que fazem muitos manés virarem a cara para os filmes do cara, e também uma das mais queridas dos fãs, é a ultra violência.

Em Pulp Fiction, a gente pode destacar a genial cena de Vincent acidentalmente disparando um tiro na cabeça do Marvin, jorrando sangue pra todo lado no carro do Jules, deixando o negão puto da vida. Ou ainda Butch voltando para o porão que estava preso pra liberar Marsellus da curração, furando um cara com uma Hattori Hanzo, deixando o outro pra o próprio Marsellus, que dá um tiro na piroca que há pouco tempo estava no monossílabo do atirador ("I'ma get medieval on your ass.").

Já em Bastardos, ver Aldo Rayne e seus amiguinhos judeus desenhando uma suástica com uma faca na testa dos nazistas com a mesma naturalidade que uma criança desenha uma casinha no caderno da Hello Kitty, ou o Urso Judeu brincando de baseball com a cabeça de um alemão, ou ainda a gingana divertida de escalpelar os inimigos, deixando seus gostosinhos cérebros expostos.... Bom... só tenho uma coisa a dizer a respeito: DUDE, THAT'S FUCKIN' AWESOME. 



Pulp tem uma dose formidável de violência a la Tarantino, porém Bastardos tem muito mais do espírito trash do cara, que não alivia (pra que aliviar se vamos foder com os nazistas, mesmo?). 

Portanto, ponto para Bastardos Inglórios.
[Pulp Fiction 1 x 1 Bastardos Inglórios]


3) Trilha Sonora

Sabe aquela Jukebox que aparece no bar de À Prova de Morte? Aquela maquininha ali, amigos, é objeto de desejo de muitos. Sabe por quê? Porque é a Jukebox do próprio Tarantino, de onde ele tira as músicas para seus filmes. 

Pois é, nela estava Misirlou, que acabou fazendo parte de uma das aberturas mais marcantes do cinema. Em qualquer lugar que você esteja, começou a tocar Misirlou, todos lembrarão de Pulp Fiction. Assim como todos aqueles que estão prestes a terem uma overdose irão dançar loucamente ouvindo Girl, You'll Be a Woman Soon. E todos aqueles que ouvirem You Never Can Tell na voz de Chuck Berry são obrigados a dançarem passando os dedinhos em forma de V pelos olhos.

Bastardos também tem uma PUTA trilha. Ennio Morricone dá as caras, dando o tom clássico que o filme merece. E o melhor de tudo é a excentricidade do Tarantino que mistura esse tom de época com a contemporâneidade de um David Bowie, por exemplo, na cena impecável em que Shosanna se maqueia antes de ir para o salão de seu cinema.



Essa mistura de clássico com o novo é brilhante sim, mas a coletânea de Pulp Fiction marcou uma geração. 

Ponto para Pulp Fiction.
[Pulp Fiction 2 x 1 Bastardos Inglórios]


4) Estética

Outro chamariz dos filmes tarantinescos, que inclusive, influenciou toda uma gama de novos diretores. Seu jeito apaixonado de desconstruir a própria estética do seu longa é obrigatório em cada obra. Pulp Fiction mostrou muito bem essa ideia. Todo picotado, começando pelo meio, intercalando cenas do final e do começo e toda essa loucura que mesmo assim acaba dando uma aula de como contar uma história.

Por outro lado, Bastardos, que opta por não embaralhar a história, e sim seguir capítulo por capítulo, não fica pra trás. Isso porque no filme de 2009, Tarantino estava mais experiente e tinha mais recursos pra brincar com seu rolo. Os letreiros gigantes mostrando nome de personagens, os flashbacks e interrupções para explicar algum fato importante narrado por Samuel L. Jackson (fato que alguns chatos de plantão reclamaram que tiraram a imersão do filme e blablablavoualiassistirumlarsvontrieremematardepois), o impressionante plano sequência na cena do cinema...



Em termos de estética Bastardos consegue ser mais dinâmico e ágil que Pulp Fiction.

Ponto para Bastardos.
[Pulp Fiction 2 x 2 Bastardos Inglórios]


E já que a bagaça terminou empatada, vamos ao quinto critério:

5) Cenas Que Entraram Pra História.

Nesse critério, não vou avaliar a qualidade das cenas de cada filme por ser algo muito subjetivo. Vou optar por numerar cenas épicas de cada um, aquele com maior quantidade leva a medalha de ouro.

Pulp Ficton:

  1. "Everybody be cool this is a robbery!"
  2. Diálogo do Royale With Cheese no carro, com Jules e Vincent;
  3. Jules declamando Ezekiel 25:17 antes de matar Bratt;
  4. Vincent acidentalmente explodindo a cabeça de Marvin;
  5. Dança entre Mia e Vincent no Jack Rabbit Slims;
  6. Dança de Mia ouvindo Girl You'll Be A Woman Soon antes da overdose;
  7. Vincent tendo que enfiar a injeção no peito de Mia por causa da overdose;
  8. Monólogo sobre o relógio no cu do avô do Butch;
  9. Butch salvando Marsellus de ser currado por Zed;
  10. Jules convencendo o assaltante na lanchonete a largar a vida do crime.


Bastardos:

  1. Hans Landa seduzindo LaPadite para executar a família judia escondida na casa;
  2. Aldo Rayne recrutando os soldados judeus-americanos;
  3. Urso Judeu jogando baseball com a cabeça de um nazista;
  4. NEIN NEIN NEIN;
  5. Cena na Taverna com os Bastardos disfarçados de nazistas;
  6. Bastardos tentando falar italiano na frente de Hans Landa;
  7. Reação da Shosanna depois da comer com Hans Landa;
  8. Rosto maligno de Shosanna refletido na fumaça do cinema em chamas


Com dez cenas memoráveis de Pulp Ficton contra oito de Bastardos Inglórios, o resultado do Versus de hoje é...

Pulp Fiction 3 x 2 Bastardos Inglórios


Para celebrar a vitória, fiquem com o trailer da obra-prima de Tarantino

SHARE THIS POST

  • Facebook
  • Twitter
  • Myspace
  • Google Buzz
  • Reddit
  • Stumnleupon
  • Delicious
  • Digg
  • Technorati
Author: admin
Lorem ipsum dolor sit amet, contetur adipcing elit, sed do eiusmod temor incidunt ut labore et dolore agna aliqua. Lorem ipsum dolor sit amet.