Crítica - Megamente
Nova animação da DreamWorks consegue brincar com os clichês do heroísmo e traz boa aventura.
Quando seu planeta está prestes a ser destruído, seus pais o colocam em uma nave e o mandam para o espaço, para que encontre um novo lar. Porém, o bebê a bordo de tal nave, futuramente não vestirá uma cueca por cima da calça e terá um enorme "S" em seu peito. Ao invés disso, ele é azul, tem uma cabeça anormalmente grande e uma enorme atração pelo azar. Diferente do segundo bebê, que também foi lançado em uma nave para outro planeta, mas esse sim é atraente, dono de um enorme topete e "nasceu para brilhar".
Depois disso, ao chegar na Terra, vemos que nosso "bebê azul" vai parar em um presídio, enquanto seu oposto vai para uma luxuosa mansão. Conforme vão crescendo, o pequeno azarado vê que todas as suas tentativas de fazer o bem e se igualar ao "super estrela" são frustradas, enquanto o outro vai se tornando o queridinho de todos. É aí que nosso protagonista decide que ser o vilão é a melhor saída e se torna o Megamente, aquele que fará de tudo para deter o novo herói de Metro City, seu velho companheiro interespacial, Metro Man.
Megamente está acostumado a ter todos os seus planos impedidos por Metro Man, até que em uma das milhares de tentativas, Metro Man é detido. E aí temos a interessante relação Vilão-Herói, tão bem trabalhada em clássicos do Batman, quando o Coringa diz que um depende do outro. Já que sem um super-herói, não há mais propósito para Megamente em sequestrar a mocinha ou assustar os moradores. É aí que ele encontra a única saída: criar um novo herói para Metro City, o Titan! O que rende ótimas piadas como o "pai espacial" de Titan, em uma hilária imitação de Marlon Brando (pai do Super-Homem no filme de 1978).
Mas a história não para por aí, já que interessantes reviravoltas acontecem constantemente graças ao bom roteiro de Tom McGrath (que também dirige a animação) e Cameron Hood. As cenas de ação são extremamente competentes e só reforçam a teoria de que não se dá mais para diferenciar a ação live-action com as de computação gráfica como se fazia anos atrás.
E além de boas gags e cenas de ação, outro elemento que vai te prender na trama é a excelente trilha sonora, com direito a AC/DC, Guns N' Roses, Michael Jackson e Ozzy Osbourne, o que, para um filme cujo público alvo são os jovens, é mais do que louvável que se esteja apresentando música de qualidade para uma geração que infelizmente vem crescendo ao som de Restart, Cine e afins.
Vale lembrar que a versão americana conta com grandes astros hollywoodianos na dublagem, como Will Ferrel (Megamente), Brad Pitt (Metro Man), Jonah Hill (Titan) e Tina Fey (Roxanne Ritchi, a mocinha da história).
Em um ano de Toy Story 3, Megamente consegue ser uma boa opção pra quem quer sair do selo de qualidade Pixar sem deixar de ver uma boa animação.
Nota: 8,5