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Devaneios - A Magia do Sandbox



"São nove da manhã. Ontem eu saí com meu primo, fomos jogar boliche à tarde. De noite, um contato me telefonou e tive que resolver alguns problemas. Hoje, logo depois de passar na lanchonete - não sei porque mas nada irá me satisfazer mais que um cheeseburger nesse momento - vou dar umas voltas com minha namorada pela cidade, talvez ir a um Cabaret Club assistir a uma apresentação de mágica. Não sei ao certo como será meu dia hoje. Tem um agente corrupto da polícia insistindo para que eu vá até seu escritório limpar umas besteiras que ele fez. E não faz nem uma semana que eu fui solto da cadeia. Espero que minha namorada não saiba disso."

Isso que você leu é o que eu chamo de imersão. Acho que deu pra notar, mas trata-se de Grand Theft Auto IV, e o "eu-lírico" seria o imigrante Niko Bellic. Sim, meus amigos, é mais ou menos desse jeito que eu ajo enquanto jogo um Sandbox. E acho que todos deveriam fazer o mesmo. Encarnem os personagens. Seja quem o jogo quer que você seja. E aí aproveite 100% do que aquele universo tem para lhe oferecer.


Primeiramente, deixe-me explicar do que se trata um Sandbox. Nada mais é que uma Caixa de Areia. Daquelas em que as crianças brincam e se divertem. Nelas, a criança interage com o ambiente. E daí damos o nome de Sandbox aos jogos de mundo aberto, em que temos cenários por onde podemos interagir e explorar. Tal qual um pequeno juvenil em sua caixa de areia. 

Algo que me deixa realmente com os nervos à flor da pele, é aquele tipo de cara descontrolado. Vou explicar melhor. E o farei por meio de mais uma historinha fictícia:

"Argh. Aqueles mexicanos. Como se não bastasse o sol sobre minha cabeça, ainda tenho que lidar com esses malucos me atacando. O forasteiro aqui precisa de um bom e velho drinque. Caso a vontade bata, jogo um pôker e vou dormir. É tudo o que eu preciso.


Chego no Saloon. Está tudo nos conformes. Se tem uma coisa que me agrada nesses lugares, é a música. Quem me dera saber tocar piano assim. Peço uma dose de uísque. Tomo. Reconfortante. Paz era tudo o que eu precisava, mas parece que algum inexperiente não soube esconder bem suas trapaças no Black Jack e provocou uma briga. Malditos. Chamo meu cavalo e vou para minha casa antes que sobre pra mim."

O jogo da vez, obviamente, era Red Dead: Redemption. Tudo o que eu supostamente fiz foi controlar John Marston do México até algum Saloon nos Estados Unidos para tomar um drinque e depois fui salvar meu jogo em minha casa. Mas eu vivi aquele momento como um real cowboy viveria. E agora eu explico o que me irrita. Eu não saí correndo feito um louco, esbarrando nas pessoas (o que elas me fizeram, afinal?) e me arrastando por paredes. Eu agi como uma pessoa de verdade agiria. Dei atenção aos detalhes. E minha imaginação os usou para criar esse mundo que agora eu narro pra você como se tivesse realmente acontecido comigo. 

E são esses detalhes que tanto me fascinam no gênero Sandbox. São aquelas pequenas coisas que ninguém daria falta se não estivessem ali, mas elas estão. É o cidadão consertando seu carro no meio da rua no GTA; os bêbados dançando em frente ao antigo Coliseu em Assassin's Creed: Brotherhood ou algum forasteiro cavalgando pela sua vida fugindo de caçadores de recompensa pelo deserto em Red Dead.

Esse tipo de coisa não se vê em outros jogos. Em games lineares, nada além do pré-determinado irá acontecer. Se uma bomba lhe atinge, te deixando tonto e fazendo seu parceiro lhe carregar no meio de um tiroteio em Call of Duty: Black Ops, por exemplo, ela lhe atingirá todas vezes que você repetir aquela missão. E isso não é necessariamente ruim. Naquele caso ajuda a criar o clima, mas no bom Sandbox, por todo o cenário, pequenas coisas estão acontecendo. Você pode passar por elas e nem perceber. Ou dar a devida atenção.


Me maravilho com a ideia , por exemplo, de estar dirigindo minha caminhonete por Libert City e avistar um helicóptero sobrevoando a cidade. Lá está ele. Programado para ir de um ponto X a um ponto Y. Mas se eu estiver munido de um lança-mísseis. Posso atingi-lo e ver o caos se formar na cidade. Isso não significa que eu goste de fazer. Mas eu posso fazer. 

Essas ações lhe dão a chance de criar cenas cinematográficas. Basta experiência, criatividade e um pouco de imaginação. Outro dia, estava em busca de tesouros por Roma em Brotherhood. É quando avisto um beco meio escuro pelo qual nunca tinha passado. "Hum... parece um lugar interessante. Deixa eu ver o que tem aí.", pensei. Desci de meu cavalo e, quando estou no meio do caminho, escuto: "Lá está ele! Ele tem uma bolsa cheia de dinheiro!". "Oh céus! Era uma armadilha!". Quando menos espero, uns dez mercenários descem das montanhas munidos de suas facas. Eu não faço nada. "Vou fazê-los pensarem que me rendi.". E quando o primeiro levanta seu cutelo para me deter, puxo minha espada e num contra-golpe espetacular, o faço de refém. Vou me afastando enquanto eles ficam apreensivos pela vida de seu parceiro. Quando estou a uma distância segura, executo o infame, dou as costas e saio andando. O grupo se revolta, e em meio a alguns urros, correm em minha direção. É quando eu levanto a mão e assovio, chamando uma chuva de flechas provenientes de meus discípulos, que, como uma ira dos deuses, executam todos eles. "Roma está mais limpa sem esses canalhas.".

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Author: admin
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